Sou a Marta Muniz, tecladista, adoro escrever...Cuidarei dos post's de Literatura.
Um pouquinho de nostalgia!!! Pequenas travessuras de uma menina sapeca.
Um pouquinho de nostalgia!!! Pequenas travessuras de uma menina sapeca.
Criança adora brincar com água, e se for aqueles dias de sol tinindo, melhor ainda... Foi em um destes dias, numa cidadezinha do interior, que um homem já velho, descia a serra para buscar água na casa dos vizinhos pois, a água encanada não subia até sua casa.
Ele descia a serra com cuidado, meio banguelo, roupas amassadas, chinelo gasto, trouxa enrolada no ombro, um cabo de madeira grosso envergado ajustando-se ao seu dorso, e latas amassadas e enferrujadas de vinte litros em cada ponta da vara, amarrada com cordas desfiadas.
Suava em demasiado, sua testa brilhava, pescoço lavado, andava devagar e, cantava algo que não podia se compreender.
Era seu Zé, descendo a serra para buscar água na casa dos vizinhos. Não me lembro de se ele tinha filhos ou esposa, parecia mais aqueles homens que moram sozinhos, e sobrevivem com a aposentadoria, talvez tivesse uma roça, um pedacinho de terra para se entreter. Sei que sua casa era bem simples, havia um sala com uma poltrona, cozinha com fogão à lenha, um quarto e banheiro, e um grande quintal, como são as casas no interior.
E por mais simples que seja, como manter uma casa sem água? A estação de verão estava deixando os rios secos, o sol castigava os moradores daquela região, a água encanada era liberada em alguns dias na semana, e abastecia os tanques dos moradores, o carro pipa não aparecia.
Indiferente a esta situação havia uma menina, alegre e saltitante, quando via seu Zé com a lata cheia de água, gritava:
Indiferente a esta situação havia uma menina, alegre e saltitante, quando via seu Zé com a lata cheia de água, gritava:
- Seu Zé molha eu! Molha eu seu Zé. Pulava na calçada de casa, gritando e sorrindo feliz da vida!
Seu Zé passava reto, com a lata d’água nos ombros subia a serra, e descia a serra com as latas vazias, cantarolando.
E a menina novamente, via seu Zé com as latas cheias e gritava:
- Seu Zé molha eu. Me molha seu Zé! E pulava pra chamar a atenção do seu Zé. A mãe da menina reclamava:
- Deixa seu Zé menina, ele não tem água em casa!
Seu Zé subia e descia e não atendia ao pedido da menina.Até que um dia, o seu Zé pediu a mãe dela para retirar um pouco de água em sua casa. A menina ficou felicíssima com a ideia de seu Zé retirar água na torneira do quintal de sua casa. Com certeza seu Zé iria molhar ela. Agora sim, não haveria forma dele negar.- Deixa seu Zé menina, ele não tem água em casa!
Pois bem, seu Zé fez o mesmo de sempre, ia e vinha e a menina continuava com seus berros. Um certo dia, onde o sol estava de rachar a cuca, ela estava brincando na calçada, e de repente CHUAH!!! Uma enxurrada d’água em cima dela. Ela olhou pra trás, seu Zé com a lata d’água vazia na mão sorrindo disse:
- Pronto te molhei! Ela olhou para sua roupa encharcada olhou para ele desconcertada, pega de surpresa, correu para sua mãe com bicão aos berros.
- Mãaaaaaaaaaae! O Zé me molhooooooooooou! E abriu o chororô.
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